Segurança da Informação

Como ensinar Segurança da Informação para crianças

A vida não se separa mais em mundo digital e mundo real. Falar de Segurança da Informação para crianças é importante porque, hoje, a vida se conecta em ambos os planos. Nesse contexto, cuidar da proteção das crianças e adolescentes na rede é o novo “não fale com estranhos na rua”.

A temática, apesar de parecer complexa, deve sim ser levada o mais cedo possível para os pequenos e há muitas maneiras de passar essa informação a eles com assertividade. É sobre isso que vamos falar hoje: os métodos e como ensinar as crianças a ter mais proteção na vida digital.

Por que Segurança da Informação para crianças?

Diferente da geração de adultos na faixa dos 25-35 anos hoje, as crianças nascem já inseridas no mundo da tecnologia. Para se ter uma ideia, 93% dos brasileiros de idades entre 9-17 anos são usuários de internet, segundo dados da pesquisa TIC Kids Online Brasil. Esse número representa mais de 22 milhões de crianças e adolescentes.

Por isso, pensando nesse mundo em que não se dissocia mais virtual e real, é importante educar e conscientizar as crianças sobre os perigos da rede. Essa se torna uma nova etapa da criação, que estará na lista de aprendizados como ensinar a andar de bicicleta ou a nadar.

Os princípios de Segurança da Informação mais importante para crianças

Existem inúmeras questões importantes e a primeira delas é blindar os pequenos sobre os perigos em torno da internet livre e das mídias sociais. Entre os riscos para a criança estão os perfis falsos, o conteúdo duvidoso, o Bullying Digital e as fraudes com dados de privacidade.

É fundamental ter uma abordagem que faça sentido para a criança. Seja a conta de rede social, ou o jogo de videogame, cada dado que é posto ali representa um traço da identidade digital e o compartilhamento com estranhos pode ser danoso. 

Ou seja, não estamos falando sobre levar os conhecimentos de Segurança da Informação para crianças com conceitos difíceis. Imagine só tentar falar sobre “Endpoint Protection” com um jovem de 10 anos. O que se deve fazer é trazer o básico da segurança para que ele consiga desenvolver a responsabilidade para estar na rede (apoiado sempre no controle dos pais).

Dicas básicas de segurança na rede para crianças:

  • criar senhas fortes e seguras
  • manter alertas ligados sobre inícios de sessão não reconhecidos
  • ativar a autenticação de dois fatores
  • encerrar sessão em dispositivos não utilizados 
  • não passar informações pessoais 
  • não falar com estranhos

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4 ensinamentos para crianças na rede

Uma forma de guiar as crianças em segurança da informação é retirar essa visão de que o computador ou o celular são um muro de proteção inquebrável. Se você não cometeria determinada atitude no “mundo físico”, ela provavelmente também seria errada em rede. 

A falta de uma consequência instantânea pode passar a ideia de que a internet é uma terra sem lei. Porém, muito pelo contrário, fora os perigos e crimes virtuais, cada vez mais a legislação atua em rede e há consequências penais para ações ilegais no digital. 

Vamos, portanto,  a uma lista de quatro ensinamentos-chave para as crianças na rede:

1  Dados verdadeiros: instruir a criança a jamais mentir a idade para ter conta em mídias sociais ou se passar por outra pessoa.

2 Cuidado com o que fala: mais uma vez, reforçamos que a internet não é uma terra sem lei. As liberdades individuais têm limites e quem ouve do outro lado é uma pessoa. É preciso combater o preconceito, o bullying e a disseminação de fake news. O dispositivo à nossa frente não nos dá o direito de agir de qualquer maneira. 

3 Contas e Downloads: perfis digitais em mídias sociais ou jogos como Roblox ou Minecraft podem gerar exposição de dados pessoais. Ensine aos pequenos sobre senhas fortes, sobre não fazer inúmeras contas e não emprestá-las a ninguém. Sobre downloads, instruí-los a não sair baixando qualquer coisa sem um adulto por perto. Ajude a criança a saber acessar as avaliações, ver os comentários e a origem das aplicações. 

4 Conversas com os pais: é importante que a criança tenha segurança e abertura para falar com os responsáveis sobre o que ela acessa na rede. Assistir, quando possível, o conteúdo junto dos filhos, auxilia no combate a fake news, aos golpes e no consumo indevido de materiais para maiores de idade. 

A educação digital e o impacto no presente e futuro dessas crianças

Atualmente, as crianças são verdadeiras disseminadoras de conteúdo. Elas passam tudo para frente. Elas já são cidadãos digitais e podem ser melhor orientadas para aplicar com mais facilidade o conhecimento sobre os temas citados.

 O impacto no presente é prover para as crianças proteção ao seu conhecimento, aos seus sentimentos e a sua segurança física. Dessa forma, não cairão em fraudes, não vão expor identidades e vão preservar os dispositivos, não permitindo infecção por malware.

O cidadão digital do futuro são as crianças de hoje. Esses serão melhores profissionais, com uma bagagem digital e de segurança da informação, que os tornarão mais blindados e menos expostos a riscos. 

Dicas para pais tornarem o contato criança & tecnologia mais seguro

Como estamos falando de educação, ainda que digital, a presença dos pais é imprescindível. Ainda que se cobre muito das empresas criar mecanismos de defesa adicionais para a proteção dos pequenos, os pais conseguem fazer um controle mais próximo e minucioso da gestão de riscos cibernéticos

Há um tempo certo para a criança começar a ter acesso a dispositivos eletrônicos e, quando começarem a ter, que já aprendam desde cedo sobre os perigos da rede e saibam como se defender. A proibição pura e simples pode não ser uma boa saída.

Portanto, o pai precisa estar munido de informação. Estamos vivendo um momento onde a tecnologia computacional está em tudo, se não dentro dos lares, dentro dos transportes, das escolas, em todo canto. É aí onde a criança precisa estar educada sobre cibersegurança para que ela crie consciência desde cedo. 

E sempre vale falar do exemplo, afinal, se o responsável não se comporta adequadamente nas redes sociais, aquele que o está acompanhando tende a seguir a mesma conduta e se colocar em risco.


Colaborou com este artigo: Robson da Cruz, especialista em Segurança da Informação da Cosan.

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