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Acessibilidade e inclusão: o que aprendemos no bate-papo com Marcelo Zig

26 de janeiro de 2024

Na Cosan, acreditamos que criar um novo momento de acessibilidade e inclusão passa pela educação das nossas pessoas e por ações concretas. Dentre as ações que já realizamos e que fomentam os nossos objetivos, está o bate-papo com Marcelo Zig, @afrodeficiente.

Na conversa, puxada pelo grupo Potência de Todos dentro do comitê Potências Plurais, falamos sobre acessibilidade e capacitismo, que é o preconceito com pessoas com deficiência.

O aprendizado foi tão significativo que queremos compartilhar com você e fazer o convite para essa reflexão junto com o nosso time. Boa leitura!

Mas o que é acessibilidade?

Se você convidasse uma pessoa com deficiência para tomar um café na sua casa, ela poderia transitar e conviver normalmente no seu espaço?

Essa provocação trazida por Marcelo é um ponto de partida para pensarmos no conceito.

Acessibilidade é sobre convívio, sobre ter espaços para trocas entre todas as pessoas. Portanto, o tema não é apenas voltado a pessoas com deficiência, até porque todos nós estamos sujeitos a isso.

Segundo a ONU, 80% das pessoas com deficiência não nasceram assim, mas ficaram com esta condição após algum acidente. Essas pessoas não vêm de um lugar distante e podem ser alguém próximo ou qualquer um de nós.

Não discutir acessibilidade vulnerabiliza a sociedade. Criamos, com o debate feito no final de 2023, um espaço para finalmente tirar dúvidas rotineiras e acabar com uma lacuna que muitos de nós deixam existir por quase toda a vida. Acessibilidade envolve os meios pelos quais todos nós podemos coexistir no tempo e no espaço.

Capacitismo e invisibilidade

O capacitismo é toda forma de preconceito e exclusão da participação social da pessoa com deficiência. Acaba por afetar a todos, porque vulnerabiliza as interações sociais. 

Essa prática consiste na falsa percepção de que as pessoas com deficiência são incapazes de fazer coisas rotineiras. Muitas delas, por isso, vivem reclusas em suas casas e afastadas da vida urbana.

O capacitismo invisibiliza as pessoas. E as impede de viver grandes experiências na vida pessoal e na carreira. É por esse motivo que se faz tão importante trazer o tema para a empresa, já que é no trabalho que as pessoas passam grande parte do seu tempo e moldam suas histórias de vida.

Ambiente corporativo acessível muda vidas

Protagonismo na carreira é algo buscado por todas as pessoas. Para garantir que todos possam ter oportunidades iguais, a acessibilidade é fundamental no mundo corporativo.

Aliás, ela não é apenas importante. É, sobretudo, uma lei federal que as organizações precisam cumprir. Acessibilidade no mundo corporativo é garantir que as pessoas tenham oportunidades iguais de locomoção, interpretação de comunicados e instrumentos para desempenhar o trabalho.

O nosso país tem 18,6 milhões de pessoas com deficiência, de acordo com pesquisa divulgada pelo IBGE e o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDH).

Estamos falando de quase 10% da nossa população que, pela invisibilidade decorrente da falta de acessibilidade e inclusão, deixa de ocupar espaços no mercado de trabalho. Dar espaço para pessoas com deficiência na empresa muda incontáveis vidas.

Marcelo Zig comanda palestra potente na Cosan

Potências Plurais foi um marco para a Cosan. Uma live repleta de lideranças da empresa buscando letramento no assunto. No comando do time de Segurança da Informação, Fernando Madureira abriu os trabalhos e logo passou a palavra para Marcelo Zig, porta-voz da Inclusa, uma empresa especializada na inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho.

Também integrante da Fundação Quilombo PCD, Marcelo é um homem preto, cadeirante, com movimentos comprometidos, e falou durante uma hora sobre suas vivências, com provocações que se instalaram na cabeça de todos os participantes.

Colaboradores da Cosan interagiram diretamente durante o bate-papo. Entre os principais assuntos, estavam:

  • Uma visão mais abrangente de acessibilidade, que toca todas as pessoas, e como ambientes poucos inclusivos são impeditivos para trocas sociais;
  • Pessoas com deficiência que são grandes protagonistas da história, provando que tudo é alcançável e geralmente as barreiras estão no imaginário coletivo;
  • Expressões que são capacitistas e devem ser removidas do nosso vocabulário.

Sobre o último tópico, chamou atenção como Marcelo trouxe, além daqueles termos mais conhecidos, expressões que nem imaginaríamos que carregam significados excludentes. Vamos trazer alguns exemplos aqui:

Termos para excluir do vocabulário

Expressões capacitistas que, geralmente, já são trabalhadas no letramento de inclusão: 

João sem braço. 

Você é surdo. 

Você é cego.

Você finge demência.

Termos que você nem imaginava

Trazidos como “expressões a serem revisadas”, frases que estão mais presentes no dia a dia, sem o viés de xingamento como aquelas acima, que igualmente carregam sentidos capacitistas:

Ninguém solta a mão de ninguém. (e se a pessoa não tem os membros?)

Lugar de fala. (e se a pessoa não fala?)

Estamos caminhando para... (e se a pessoa não caminha?)

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